abril 22, 2020

Quarentena - dia 40





Desde que a pandemia começou, foi a primeira vez que sonhei com o assunto. A noite foi passada às voltas com o vírus. Numa primeira fase do sonho, antes das seis da manhã, (sei que foi antes porque acordei), as imagens estão mais sumidas da minha mente acordada. Mas sei que teve imensos contornos. No geral ficou a ideia de que se começava a andar lá fora. Nós (marido e eu), íamos a algum lado de carro. Penso que a uma zona de mar, ou de rio. Haveria água. Era um passeio. Desisti porque percebi que iria lá andar imensa gente. Depois veio mais outra parte dentro do mesmo sonho. Estava a planear ir a casa da minha mãe, que já não vejo desde que isto tudo começou, mas falamos todos os dias por telemóvel (isto é real, menos a parte de pensar ir lá a casa agora). De repente lembrei-me que não podia, que iria pô-la em perigo, andando pela casa dela como se nada fosse. Desisti.

Já de manhã, pouco antes de acordar definitivamente, voltei a sonhar com o assunto. Andava tudo na rua. A vida parecia ter voltado à normalidade. Estava numa espécie de feira. Havia grupos de pessoas aqui e ali. Depois dei por mim a entrar numa loja, uma retrosaria. Havia algum cuidado, pareceu-me, porque o número de pessoas lá dentro era limitado. No entanto, mesmo quando eu ia a passar da entrada para dentro, uma mulher cheia de pressa entrou também, dando-me um encontrão. Passou por mim e foi para a zona do balcão.

Depois, já num outro cenário, provavelmente à espera de transporte público. Sentei-me numa ponta de um banco comprido. Na outra ponta, sentou-se uma mulher que me terá reconhecido e veio falar comigo. Respeitou a distância. Entretanto, uma outra mulher acompanhada de uma criança aproximaram-se também, ficando de pé na minha frente. Demasiado perto até. A criança encostou-se mesmo. A mãe logo atrás da filha. Senti o meu espaço invadido e lembrei-me que me tinha esquecido de levar máscara. Ninguém ali andava de máscara. Olhei para as minhas mãos e estava de luvas, daquelas brancas descartáveis que se ajustam à pele. Comentei sobre o facto e tentei pôr algum bom senso na cabeça daquela mãe.

Espero que este meu sonho não seja um prenúncio daquilo que virá a seguir, numa fase já sem estado de emergência, quando todos pudermos sair à rua. Espero sinceramente, que haja mais bom senso, porque esta “guerra” ainda não acabou. Há que ter os outros países como exemplo, os primeiros e que já passaram esta fase. Todos têm voltado a uma segunda vaga da pandemia. Todos e nós não vamos ser excepção. Tenham isto em mente e façam a vossa parte. Continuem a proteger-se mesmo depois de decretada a volta à normalidade. Todos.

🍀

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