Desde que
a pandemia começou, foi a primeira vez que sonhei com o assunto. A noite foi
passada às voltas com o vírus. Numa primeira fase do sonho, antes das seis da
manhã, (sei que foi antes porque acordei), as imagens estão mais sumidas da
minha mente acordada. Mas sei que teve imensos contornos. No geral ficou a
ideia de que se começava a andar lá fora. Nós (marido e eu), íamos a algum lado
de carro. Penso que a uma zona de mar, ou de rio. Haveria água. Era um passeio.
Desisti porque percebi que iria lá andar imensa gente. Depois veio mais outra
parte dentro do mesmo sonho. Estava a planear ir a casa da minha mãe, que já
não vejo desde que isto tudo começou, mas falamos todos os dias por telemóvel
(isto é real, menos a parte de pensar ir lá a casa agora). De repente
lembrei-me que não podia, que iria pô-la em perigo, andando pela casa dela como
se nada fosse. Desisti.
Já de
manhã, pouco antes de acordar definitivamente, voltei a sonhar com o assunto.
Andava tudo na rua. A vida parecia ter voltado à normalidade. Estava numa
espécie de feira. Havia grupos de pessoas aqui e ali. Depois dei por mim a
entrar numa loja, uma retrosaria. Havia algum cuidado, pareceu-me, porque o número
de pessoas lá dentro era limitado. No entanto, mesmo quando eu ia a passar da
entrada para dentro, uma mulher cheia de pressa entrou também, dando-me um
encontrão. Passou por mim e foi para a zona do balcão.
Depois, já
num outro cenário, provavelmente à espera de transporte público. Sentei-me numa
ponta de um banco comprido. Na outra ponta, sentou-se uma mulher que me terá
reconhecido e veio falar comigo. Respeitou a distância. Entretanto, uma outra
mulher acompanhada de uma criança aproximaram-se também, ficando de pé na minha
frente. Demasiado perto até. A criança encostou-se mesmo. A mãe logo atrás da
filha. Senti o meu espaço invadido e lembrei-me que me tinha esquecido de levar
máscara. Ninguém ali andava de máscara. Olhei para as minhas mãos e estava de
luvas, daquelas brancas descartáveis que se ajustam à pele. Comentei sobre o
facto e tentei pôr algum bom senso na cabeça daquela mãe.
Espero que
este meu sonho não seja um prenúncio daquilo que virá a seguir, numa fase já
sem estado de emergência, quando todos pudermos sair à rua. Espero
sinceramente, que haja mais bom senso, porque esta “guerra” ainda não acabou. Há
que ter os outros países como exemplo, os primeiros e que já passaram esta
fase. Todos têm voltado a uma segunda vaga da pandemia. Todos e nós não vamos
ser excepção. Tenham isto em mente e façam a vossa parte. Continuem a proteger-se
mesmo depois de decretada a volta à normalidade. Todos.
🍀
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