dezembro 29, 2022

A casa nova

 


Dizia eu numa outra publicação que o fim do ano seria o limite. E foi!

Em finais de Novembro (de 2021), quando estávamos prestes a desistir, encontrámos o que é hoje o nosso novo lar. Um sítio onde me senti em casa desde a primeira visita. Um sítio que me fez dar asas à imaginação. Um sítio onde encontrei vizinhos inesperados mas muito especiais, por quem tenho um enorme carinho e a quem estou muito grata pela forma como nos receberam e têm tratado ao longo deste último ano. Pessoas que fizeram parte da minha infância e das minhas memórias. Vizinhos que são família.


A vida sabe o que faz. Ou o universo. Ou os deuses. Encarrega-se sempre de colocar tudo nos seus devidos lugares, por mais torto ou ingrato que seja o caminho. Lá diz o ditado, que, “Deus escreve direito por linhas tortas”. Este novo capítulo da nossa história foi escrito em cima de uma crise pandémica que veio dar um abanão à estabilidade e mudar mentalidades. 



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novembro 05, 2022

Rescaldo da pandemia

 


A nossa vida não deu uma volta de 180º, mas foi lá perto!...

O Amaro reformou-se antecipadamente. Levou um bom corte, mas para quem já de si recebia um ordenado tão pequeno, pouco importa. Outros ganhos vieram. Reorganizou a sua carreira musical e ganhou mais tempo, descanso (com as obras, ainda adiado) e paz de espírito. Reaprendeu a tocar teclas enquanto nos fechavam em casa.

 Mudámos de casa e de terra.

Vendemos a nossa casa de tantos anos. O sonho de uma vida, para enveredarmos por um sonho ainda maior.

Simplificámos e a vida passou a fazer ainda mais sentido.

Tornámo-nos avós.

Depois de sucessivos adiamentos, vimos a nossa filha mais velha vestir-se de princesa e vivemos todos um dia de sonho. Um dia de contos de fadas.

 Sinto que durante esta pandemia cresci imenso enquanto ser humano e aproximei-me ainda mais da minha essência. Voltei-me para dentro (com algumas revoltas e lutas pelo meio) e encontrei a plenitude. E a paz também.

Mas sem pretensões a Buda!  😀💜


setembro 13, 2022

O casamento

 



Faz hoje um mês que casou a minha filha mais velha. A minha deusa grega. Bem sei que Diana era uma deusa romana e Artémis sim, é a sua versão grega. Para mim vai dar no mesmo e grega ou romana, a minha Diana estava uma princesa. Ela é uma princesa. Estava linda, linda, no dia que escolheu para se tornar numa senhora casada. Sou uma mãe e avó embevecida com a sua prole.

 

O grande dia demorou a chegar, mas no momento H passou num ápice. Desde 2020 a adiar. Como diz o ditado, à terceira é de vez. E foi! Já aconteceu e hoje à distância de 1 mês, sinto que passou depressa demais e ocupada como estava a viver o momento e a cuidar da minha pequenina esqueci-me de fotografar tantos pormenores que queria.

















No cartão da minha máquina encontrei uma única foto onde apareço, meio que desfocada, para dar lugar à mesa no primeiro plano. É o que há. Entre as do fotógrafo arranja-se mais alguma, mas isso fica para uma outra publicação. Isto vai por episódios! ;)



Foram dias muito ocupados, tivessem 48 horas e ainda eram poucas. As lembranças ficaram por nossa conta e obra (eu e a noiva), mas lá está, com a pressa ficaram a faltar as fotos para colocar aqui. Apenas há um vislumbre das mesmas em cima da minha mesa. Saquinhos de alfazema, bases para copos em madeira trabalhada também por nós. E colheres íman. Para as crianças, polvos em tons lilás, feitos pela Diana. Tudo a condizer com o tema, ou temas. Em 3 anos algumas ideias mantiveram-se e outras sofreram alterações. Faz parte. É assim a vida, sempre em constante mutação. O mesmo aconteceu com a placa de boas vindas que pintei com tanto carinho, nem uma única foto no meu cartão. A ver se tenho mais sorte com as do fotógrafo, que ainda só vi por alto.

 





Os centros de mesa fomos decorá-los à véspera à quinta. Simples, mas elegantes. Criativos também. Garrafas com água e um raminho lá dentro, cortados à minha artemísia. Valeram as garrafas aqui da adega de Almeirim, que o pessoal da casa foi esvaziando e eu guardando. Frascos de produtos vários, onde colocámos umas singelas flores. Os botões de rosa (e as pétalas à porta da igreja), vieram da nossa futura casa que andei a cuidar e regar com todo o carinho e atenção ao longo do verão. Agradeceram-me florindo o quanto precisava. Sou grata à natureza por esta oferta. Ingredientes especiais para identificar os convidados e em cada mesa uma receita da Diana ou do João. Na minha mesa o ingrediente especial foi a salsa, por acaso ou com intenção, só a Diana saberá. Que é algo que, diz ela, a leva de volta à infância e ao nosso quintal, é um facto. 





setembro 01, 2022

Quem sai aos seus...

 












Tal avô, tal neta.

Dêem-lhe música e ela fica feliz. Há uns meses descobriu a viola pequenina (cavaquinho) no alto de um móvel e não descansou enquanto o avô não lha deu. E ele, não resistiu à insistência da sua menina. Volta e meia e é isto. Corda para as mãos da menina do seu avô. Ou teclas. E ela vibra. E faz coro com ele.

Estes “cinco tostões de gente” enchem a casa, o nosso coração e o orgulho (já sem falar no tempo). E toda ela é música. Quando sai connosco, no banco do meio da carrinha, vai e volta a cantar.

Ela toca. Ela canta. Ela dança. Ela faz de bateria qualquer superfície que encontre enquanto trauteia uma música que lhe tenha ficado no ouvido.

Esta é a menina do seu avô. 

 

Ps. Estas fotos já têm 3 meses e o texto quase outro tanto mas continua sempre actual, mesmo que a menina do seu avô, no mês de Agosto tenha estado muito menos tempo connosco. 




Aqui, estava ela a cantar. 







julho 31, 2022

Empoderamento feminino - a despedida de solteira

 










Foram os anões strippers. Foi a subida ao inferno e a tempestade das areias do deserto. E os desportos radicais. E o espírito da floresta. Só que não…

Foi uma despedida de solteira bem zen!

Mas a imaginação e as boas energias estiveram em alta. A caminhada que era para ser, não foi, mas ainda bem porque o piso não estava para essas coisas. Bastou-nos o pó que engolimos de e para o carro e a lama no para-brisas. A natureza tem tanto de fantástica como de traiçoeira (muitas vezes pela mão do ser humano, como é óbvio). E ali naquele cantinho encantado, as árvores falam connosco. A mãe natureza acolhe-nos no seu ventre. A descida até à cascata fez-me sentir isso mesmo, a ida ao ventre da mãe.

Começámos por uma aula de ioga conduzida pela noiva, que terminou com uma ida ao futuro no relaxamento. Um círculo de nove mulheres. O número não foi propositado, mas calhou assim. Haverá número mais esotérico que este?! O ritual que se seguiu levou a noiva numa travessia para a outra margem, para plantar a semente do amor e de uma nova vida. Não é que ela não saiba já como é, mas que foi bonito foi. E o simbolismo de todo e qualquer ritual tem sempre impacto. Nove mulheres em comunhão com a natureza e umas com as outras. Não faltaram as fotos da praxe, que aquele pedaço de paraíso quase virgem apela a isso. Houve a entrega de pequenos objetos para dar sorte e o meu, pintado à véspera com o pouco que ainda resta nesta casa, teve até o traço da pequena Benedita. Não há registos fotográficos da obra mas foi feito com amor e carinho, para que as pedras que a minha menina encontrar na sua caminhada se transformem em flores.

Por fim, estas almas famintas e sedentas de comida e bebida, tiveram direito ao seu picnic.

Para quem ficou, a festa continuou até ao entardecer. Para quem subiu a falésia mais cedo, arrependeu-se.

Lá em baixo o paraíso. Cá em cima o inferno! Enquanto uma de nós ficou para trás a abraçar as árvores, as outras pareciam sardinhas a assar na brasa (como diz uma das meninas minha companheira de viagem). E a chave do carro que tinha ficado para trás. E a poeira abrasadora que nos queria engolir. E as sombras que não existiam. E o carro que ficou a aquecer ao sol. Cinquenta graus no mínimo. Nunca um aparelho de ar condicionado foi tão desejado e levou tanto tempo para funcionar. Já no fim da estrada de terra. E eu que abria e fechava a janela numa tentativa vã de não sufocar, enquanto pelo canto do olho ia verificando se as do banco traseiro ainda respiravam. Ainda bem que a minha querida condutora não perdeu o sangue frio e nos tirou dali, sem nos mandar pela ribanceira abaixo.

 


















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