novembro 08, 2021

Vender ou não vender?

 



Há um ano parou tudo. Os meus projectos para a casa pararam. As pinturas nas paredes (bonecadas para alguns) pararam. Com a pandemia, a principal fonte de rendimento familiar parou. Quando tudo flui, a vida fica facilitada, mas são as dificuldades que aguçam o engenho (já diz o ditado) e o mundo avança. E mesmo confinados, o nosso mundo alargou horizontes. Começámos a sonhar com outras paragens, com outra casa. Menos casa e mais terra, que esta começa a ser grande demais para dois, mas gostamos de hortas. A princípio custou-me, tinha tantos sonhos para estas paredes. Depois a ideia entranhou-se e durante um ano fui, mentalmente, vestindo outras paredes e transformando em lar outras casas que fomos vendo. A vida também se faz de mudanças e confesso que já me via noutra casa, a desenhar novos sonhos e uma vida nova para nós. Durante este último ano tenho vivido com um pé fora daqui. Têm vindo possíveis compradores e todos gostam do que encontram. Tecem elogios. Alguns já cá ficavam, dizem. Mas, por diversos motivos, nenhum ficou. O negócio não se fez até agora. E nós demos a volta por cima. Tudo se encaminhou. Mas, esta pandemia veio para mudar mentalidades e ninguém sai dela igual a antes. Dizíamos de um para o outro que era um caminho sem volta e íamos levar até ao fim este novo projecto de vida. Mudar de casa.

 

No Sábado, sem mais nem menos, num momento a dois na varanda a apreciar as vistas, demos por nós a fazer planos para a casa que queremos vender. Para a casa que já é menos nossa, porque o coração começou a praticar o desapego há um ano atrás. Logo agora, que temos uns possíveis interessados, mais interessados e a coisa até se pode dar… Fazer o quê?

 

Vender ou não vender, eis a questão!

 

Como acredito nas energias e que nada acontece por acaso, vou entregar aos deuses e deixar que o tempo traga as respostas. Mas Tempo, não te estiques! O fim do ano será o limite. O que tiver que ser, será.   🙏


outubro 27, 2021

Os meus "cadilhos"

 



Dizia-se noutros tempos que filhos são cadilhos. Como aqueles xailes que se colocavam em torno dos ombros ou à cintura, como adorno e forma de agasalho. Que envolviam os corpos em jeito de abraço aconchegante e os cadilhos pendem e se prendem em nós difíceis de desatar. Filhos são tudo isso. São cadilhos que se penduram em nós. Que nos envolvem. Que nos abraçam. São uma extensão de nós.

 

Domingo foi dia de televisão. Foi mais um dia de dança para a minha bela Helena. E foi dia da família, em forma de excursão, assistir ao vivo. As tardes de Domingo, ou de alguns, são minhas e dela. Ela dá o corpo ao manifesto, quer dizer, ao palco e às Câmaras e eu cá à distância, colada ao ecrã (não da tv mas do computador), vibro pela minha menina. Coisas de mãe. Por mais que os filhos cresçam e ganhem asas, são sempre nossos.

 

A festa fez-se relativamente perto daqui, na bonita e enigmática vila de Constância, onde, dizem, Camões chegou a ter residência.






















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setembro 16, 2021

Afinal o que é isso de ser negacionista?

 



Nunca uma palavra foi tão dita e escrita como esta. Nunca uma palavra fez tantas manchetes de jornais. Mas afinal o que é ser negacionista?

Diz no dicionário: “Que é quem nega ou não reconhece como verdadeiro um facto ou um conceito que pode ser verificado empiricamente.”

 

Então vamos lá a ver se nos entendemos:

 

1- Eu acredito que o vírus sars-cov-2 existe, sendo assim, já não sou negacionista.

Não acredito é nos números que nos passam. Tenho conhecimento de situações que me fazem crer que os números sobre mortes covid não correspondem à realidade. É o caso daquela situação em que foram pedir a familiares do falecido para deixarem pôr como morte covid, sem o ser. Estes nossos vizinhos não permitiram. Mas e noutros casos? Todos se revoltaram? Todos disseram que não? Duvido!

Ou aquele caso da funcionária que viu entrar no hospital uma idosa com teste negativo ao sars-cov-2, que pouco depois faleceu e foi dada como morte covid. Nem os familiares puderam fazer-lhe o funeral condignamente. A dita funcionária revoltou-se, mas calou-se. Acredito que haja medo de represálias. Estes tempos são duros. Os empregos já não têm a estabilidade de outrora. E assim se vão calando verdades. Assim se vão adulterando números. Os mesmos números que há ano e meio assustam tanta gente.

 

2- Eu acredito em vacinas, sendo assim já não sou negacionista.

Não acredito é numa injecção feita à pressa (seja por outros interesses ou por pressão) sem tempo suficiente para verificar os efeitos adversos no ser humano a médio e longo prazo (não acredito que em semanas ou meia dúzia de meses isso fosse possível) e que foi apenas autorizada em contexto de pandemia, ou seja, para uso emergencial. Os ensaios continuam por mais uns 2 anos. Dá-se e depois logo se vê. Como podem afirmar que ela é segura?!

E não me venham dizer que também levei a do sarampo (que não levei, tive sarampo e estou aqui viva e de saúde), que não é a mesma coisa. Não tem comparação possível. A do sarampo leva-se uma vez e fica-se imune para o resto da vida. Foi assim que praticamente erradicaram essa e outras doenças. Era o que eles pensavam inicialmente e que apregoavam, mas pelo caminho foram mudando o discurso para “ah, não dá imunidade, e só protege da doença grave e da morte”. A sério?! No máximo podem compará-la à da gripe. Leva-se todos os anos, mas as gripes não desaparecem (excepto este ano).

 

3- Eu acredito na ciência, sendo assim já não sou negacionista.

Não acredito é na bondade e altruísmo de certas mentes iluminadas que estão por trás dela. Nem quando a ciência e a política se misturam. A bomba atómica também nasceu da ciência e no entanto matou tantos inocentes quando foi largada no Japão, durante a 2ª guerra mundial.

 

4- Eu tenho cumprido as regras que nos foram impostas, sendo assim já não sou negacionista.

Fiquei confinada como nos pediram. Foram 51 dias seguidos sem sair de casa (a breve fuga de carro para o campo, longe de pessoas, para os da casa festejarem o aniversário da primogénita a andar de bicicleta durante uma meia horita, não conta). As compras fazia-as a filha para nos proteger a nós, os cotas. Tudo era desinfectado. Os produtos não perecíveis ficavam em quarentena num canto da despensa. O calçado vindo da rua não passada da entrada. Nem as visitas.

 

Até perceber que me estavam a pôr doente…

 

Foram 15 dias atrás de 15 dias e assim se passou 2020. Demasiados 15 dias fechados. E a nossa imunidade natural como fica? Até hoje não vi ninguém nos media a dar indicações de como melhorar o sistema imunitário. Não será uma boa imunidade meio caminho andado para combater o vírus com sucesso? (não só este, mas outros também)

 

E a máscara? Ninguém me pode acusar de não a usar. Se é saudável? (é tanto quanto o é respirarmos Co2 por horas seguidas). Não me peçam é para a meter na frente da boca quando vou sozinha na rua, ou nas minhas caminhadas. Nem dentro do carro, ou a andar de bicicleta. Tenho visto tanta atrocidade, e ainda me olham de lado por não estar a fazer o mesmo. Os mesmos que depois vão largando as máscaras aqui e ali, no chão. Antes de mandarem o pessoal tapar a boca e o nariz, deviam ter feito uns cursos a ensinar como se faz. Se a uso correctamente? Se calhar não. Nem eu nem ninguém.

 

Agora dizem que deixou de ser obrigatória.

 

Dizia o artigo 3º da Lei n.º 62-A/2020, de 27 de outubro, que:

É obrigatório o uso de máscara por pessoas com idade a partir dos 10 anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável.” – não dizia que era para usar sempre e em todo o lugar.

Excepção:

Alínea “b) Quando o uso de máscara seja incompatível com a natureza das atividades que as pessoas se encontrem a realizar;” – aqui enquadra-se o desporto, o que inclui as caminhadas.

 

Se é para continuar a ser usada quando não dá para manter o distanciamento, então não mudou nada. É mais areia para os nossos olhos!

 

Quem me segue no facebook conhece o meu ponto de vista, pelos artigos que vou partilhando. Sabe a minha opinião no que respeita à vacinação em crianças e adolescentes. Sabe que sou contra o certificado de vacinação, que não protege de coisa nenhuma.

Já me disseram até, que estou a comprar uma guerra, mas então que seja. Só não me peçam para enterrar a cabeça na areia como a avestruz e fazer de contas que está tudo certo, porque não está!

Mas pior ainda que os atentados que vou assistindo à CONSTITUIÇÃO, é a falta de humanismo, de empatia, de respeito, que vejo entre os meus semelhantes. Li algures que isto tudo foi planeado e que uma guerra civil fazia parte desses planos… Não quero ir tão longe, não creio, ou não quero acreditar, mas que há já uma enorme divisão nas populações, isso é um facto. Basta ler os comentários nas redes sociais. É assustador.

 

Sempre fui uma optimista e dizia uma das minhas filhas que eu via o mundo muito cor-de-rosa, mas confesso que estou a um passo de perder a fé na humanidade, o que me deixa muito triste.

A vontade às vezes, é de vender a casa (que está mesmo à venda) e de comprar uma quinta vedada e fechada e ficar por lá durante a próxima década, tal qual o Robinson Crusoé, sem tv (que já não via há anos), e nem internet, a cultivar legumes biológicos, longe de tudo e de todos.

 

Mas enquanto não eremito de vez, cá vou lutando, (ou tentando), à minha maneira, contra aquilo que eu considero errado e procurando manter a esperança de que um dia a humanidade acorda deste pesadelo, melhor e mais unida.

 

                                                                                   Imagem (pinturas maga rosa)

junho 28, 2021

Para lá da porta...

 




Ao longo da nossa vida são muitas as “portas” com que nos deparamos e temos de escolher se abrimos ou se passamos à frente. E quantas vezes deixamos de abrir a porta à nossa frente com receio do que podemos encontrar do outro lado. Ou ficamos ali especados sem coragem de abrir, mas também sem avançar…















Sou fascinada por portas (reais, não metafóricas…) 





junho 08, 2021

O lado positivo do confinamento

 



Isto é como os discos antigos. Há o lado A e o lado B. É música para todos os gostos.

 

Há quem ande há mais de um ano a ouvir a mesma música e não mude de faixa, ou de registo. E há até quem tenha aproveitado para compor a sua própria música.

 

O Amaro, (o maridão), pertence a este último grupo. Àqueles que fazem das dificuldades oportunidades para mudar alguma coisa. E se ele mudou! Num ano parece que viveu uma vida inteira. Mudou de hábitos e hoje mais parece um guru. Não que ele tivesse maus hábitos antes, mas aprendeu a “ouvir” o seu bem mais precioso, o corpo que lhe foi dado para viver esta vida terrena. E é ouvi-lo a falar de hábitos alimentares, cuidados de saúde, alimentos que nos acrescentam vida, exercícios para não enferrujarmos as articulações… E é vê-lo a levantar-se com o Sol e ir trabalhar já com meio dia de alongamentos de yoga e de vitamina D no lombo e um pré-almoço de ovos cozidos. E a jantar às 5h da tarde. Faça sol ou faça chuva. Seja dia de trabalho ou de descanso. Foco e disciplina. Perdeu peso e ganhou tranquilidade. Em paz com a vida que tanto lhe foi má-drasta, (daquelas mesmo muito, muito más), isso ele há muito que estava. Alegria de viver sempre teve. É um homem dos palcos. Um entertainer nato. E um “escravo do trabalho” também. Foi obrigado a abrandar. A pandemia fê-lo parar e rever as prioridades. Hoje faz planos para uma reforma antecipada que vem a caminho. Reformulou a sua segunda profissão. Há mais tempo para nós. E planos para ter uma casinha mais pequena e uma horta. Biológica, claro.

 

 

 “Ser louco é a única possibilidade de ser sadio neste mundo doente.”(Leandro Karnar)

 

 

maio 05, 2021

Hoje é o meu dia

 




Hoje o Sol completa mais uma volta aos signos do zodíaco. Ao meu zodíaco. Àquele que estava quando eu respirei pela primeira vez. Por um desfasamento do tempo contado pelo homem, foi ontem que o Sol passou no ponto exacto. É sempre assim para todos. Pode ser antes ou pode ser depois. Para mim foi ontem que astrologicamente o sol completou mais uma volta, mas é hoje o meu dia. Diz a minha mãe que estava um estranho dia de calor e trovoadas. O ribombar dos trovões quero crer que foi o São Pedro a anunciar a minha vinda a este mundo.

 

Sempre gostei do 5 de Maio. Talvez seja por ser o meu dia. Ou talvez não. Talvez seja da energia do dia. E Maio é Primavera. É tempo de flores e de campos verdes. É tempo de luz. O número 5 representa o movimento e a aventura. Ele é cheio de rectas e curvas mesmo a insinuar que temos que ser flexíveis, se queremos acompanhar o seu ritmo (e da vida). Ele é a liberdade e logo eu que tenho alma nómada!

 

Cinco são os sentidos e os elementos na astrologia oriental. Cinco são os dedos de cada mão e as pontas de uma estrela. E é uma estrela de cinco pontas que representa o corpo humano, o pentagrama. Todos os números são especiais, mas o 5 é mágico e já foi até muito usado como amuleto de protecção.

 

Eu só podia ter nascido a 5 de Maio!

 

 


abril 04, 2021

A Benedita

 


Faz hoje um mês que fomos agraciados com o estatuto de avós e foi por pouco que a Benedita não veio a este mundo a 5 como a avó. Não foi a 5, mas foi a 4 que também é um bom número (são todos, mas para cada um de nós há sempre uns mais especiais que outros). Muitos acontecimentos importantes na minha vida estiveram ligados ao número quatro. Energeticamente é um número de estabilidade, de fazer as fundações e os pilares que darão a estrutura necessária. E foi num dia 4 que eu e o avô dela selamos com um beijo o compromisso de construir esta família. Naquele dia ainda não sabíamos que 36 anos e 9 meses depois ganharíamos este presente da vida. O melhor e mais doce presente que poderíamos desejar. Nem que 33 anos menos uns dias, antes deste dia 4 de há um mês atrás, teríamos nos braços a nossa angelical deusa dos nossos corações. A nossa querida Diana. Ou que 6 anos e pouco depois seríamos presenteados novamente com a mais bela das princesas, a nossa Helena de Troia.

 

Sempre ouvi dizer que ser avó é ser mãe duas vezes e é assim que me sinto. Mãe das duas, da mãe e da filha, mas esta maternidade actual vivo-a no coração.

 

Obrigada vida por tamanhos presentes! 

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março 01, 2021

Uma cama nova para a Milka - reciclagem

 










A tarde de Domingo foi passada de volta dos trapos. Mais uma cama para a Milka precisa-se! E ela saiu da minha cartola, que é como quem diz, da oficina mágica. Para alguma coisa hão-de servir as mil e uma bugigangas lá guardadas e as muitas roupas já sem uso. Como boa taurina que sou, tenho alguma dificuldade em deitar fora. Tudo há-de servir para alguma coisa, é o lema.

 

Desta vez ficou a Milka a ganhar. Leva uma almofada grande e fofa para a casa nova. É uma cadela muito mimocas e com grande dependência da companhia humana, sobretudo da sua dona-mais-que-tudo. Se é que não é ela a dona da sua humana mais querida, a sua salvadora, protectora e tudo e mais alguma coisa. Parece mais uma relação de muitas vidas, de outras vidas.

 

Fiz o quadrado do meio com a parte da frente de uma camisola da sua dona-alma-gémea, pode ser que com as energias dela lá, a mimocas se sinta mais acompanhada quando a dona tem de sair e a deixar em casa. Na casa delas. Que a casa dos “avós” será sempre dela também, assim como o sofá e o colo do “avô” enquanto vêem filmes na tv. A casa de todos e para onde ela volta sempre que não dá para ficar sozinha na casa nova. É um vai e vem. 













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fevereiro 05, 2021

As tramas da minha vida

 



Que trama mais tramada esta, que me esconde da visão os pontos certeiros. Antes que falhe a pontaria e se descruzem ou saia tracinho solitário, recorro à lupa. Lupa esta que tem sido uma fiel companheira na arte de descodificar letras de assentos de séculos atrás. É por estas e por outras que dou graças por ser uma fiel Taurina. Dizem que os de signo Touro são uns açambarcadores, mas o que somos na realidade é prevenidos. Sim, prevenidos! Lá atrás, eu bem sabia que no futuro esta lupa ainda me iria dar muito jeito. Há vinte e tantos anos fazia parte de um conjunto didáctico das minhas filhas e aos mesmos anos fazia eu belos pontos em cruz em quadrilés e linhos, sem precisar de auxiliar ocular. Afinal, sou mesmo uma acumuladora. À miopia soma-se agora visão cansada ou outra coisa qualquer que não me deixa ver as letras miudinhas e os pontos do bordado para a minha Benedita. Em vez de uns óculos na próxima têm de vir dois. Muito uso e abuso da visão ao perto é o que é. E as tecnologias, estas modernidades que são tão úteis mas ao mesmo tempo tão mazinhas para os nossos olhos. E isso pode ver-se pelas crianças, que são cada vez mais as que precisam de óculos e mais cedo.

 

Temos de treinar muito a visão ao longe para compensar o uso abusivo de ecrãs. Parar de vez em quando e focar um ponto ao longe, é um bom exercício.




 


janeiro 06, 2021

Em dia de Reis...

 



O berço da Benedita ficou pronto. O berço que já foi da mãe e da tia, não tarda será abrigo da nossa menina. Por um acaso calhou ser em dia reis a finalização da minha intervenção para lhe dar outra cara. O mesmo dia em que nasceu o blog da maga e o mesmo que reza a história os reis Magos guiados por uma estrela chegaram a Belém para adorar o Deus menino, em palhas deitado.

 

Não há o antes e depois, mas existem as memórias felizes das minhas bebés nele e daqui a uns tempos serão os bebés delas. Mudou-se a cor mas não mudam os sentimentos. Mudam-se os tempos, mas o berço continua pronto e útil como no primeiro dia. E agora, mais completo ainda.

💝