Este é um
móvel, mas não um móvel qualquer. Podia ter escolhido a via mais fácil e usá-lo
tal como estava, colocado num canto qualquer nos fundos da casa, para guardar
ferramentas. Escolhi dar-lhe uma nova cara, uma nova cor e uma nova vida.
Foi-nos dado por uma colega do marido (bem sabem que gosto de aproveitar estas
coisas…) e eu escolhi dedicar-me a ele de alma e coração.
Durante o
processo de recuperação, nem tudo foram rosas e a uma dada altura houve até uma
pontinha de desapontamento, mas depois de quatro camadas de tinta (que afinal
se revelou lindíssima), algumas alterações à ideia inicial e outras tantas
aplicações, ficou uma bonita peça decorativa e única.
Agora, os
meus olhos enchem-se de orgulho sempre que passo pelo móvel das bebidas! J
Mas antes
de chegar ao que é agora, houve todo um longo processo de restauro. Vinha com aqueles
furinhos típicos do caruncho e mesmo não gostando eu nada de usar venenos,
neste caso é mesmo necessário, se não queremos ver a mobília reduzida a pó. No
segundo passo tive a ajuda do marido. Usámos as paletes que tínhamos tirado da
cerca da horta e fizemos um tampo de reforço, que ele pregou por cima do
original e pode ser visto aqui. Reforçou também os pés traseiros com uns pedaços
de madeira, porque além de serem frágeis, um deles estava comido pelo bicho da
madeira. As
paletes revelaram-se muitos úteis e com elas fizemos ainda uns apoios para as
garrafas, que pregámos na parte inferior do móvel.
Lixar.
Pintar com primário. Pintar de vermelho. Sentir a frustração de não ser bem
aquilo. Reformular a ideia. Pintar mais e mais de vermelho até obter uma cor
uniforme. Pintar por cima com branco a “parede” do fundo. Pintar de branco o
interior e a frente das gavetas. Pintar o tampo de branco. Lixar.
E chegou a
hora que me fez dar pulinhos de contente. Experimentar fazer decoupage, que não é nada mais e nada
menos que colar pedaços de papel. Usei guardanapos próprios para o efeito que,
felizmente, encontrei à venda em dois pontos aqui da cidade. Numa livraria e
numa loja de produtos para artes e que se vendem avulso.
Para o
tampo, rasguei com as mãos pedaços do guardanapo à volta dos motivos florais
para dar um aspecto mais natural. Nas prateleiras as folhas foram usadas
inteiras. Cada guardanapo tem 3 películas. Retiram-se duas delas e só se cola a
exterior e que tem os desenhos. É tão fina que fica transparente depois de
colada, o que dá para ver no tampo (o fundo dos desenhos também é branco tal
como a tinta usada).
Usei cola
branca que apliquei com um pincel fino. A cola é aplicada na superfície (neste
caso a madeira), aplica-se o papel e alisa-se bem de modo a não deixar bolhas. Depois leva mais uma camada de cola por cima.
O segredo para
uma aplicação perfeita, está em usar um plástico por cima para alisar o papel. Se
usar as mãos, já era!
Por fim, e
depois de deixar secar de um dia para o outro, lixei. Queria dar um ar mais
natural e vintage, pelo que o desgaste com a lixa teve esse efeito. Parece até
que é pintura.
Por
último, foi a finalização do tampo pintando (a pincel), a grinalda a preto e a
frase. Lixei algumas zonas estratégicas do móvel para dar aquele ar de desgaste.
Com direito a assinatura de autor! 💙
Olá. Ficou lindo o móvel e você deve mesmo se encher de orgulho. Uma dica: pra evitar usar veneno para cupins, use água boricada com injeção ou umedecendo a madeira, talvez precise usar uma ou duas vezes, mas é tiro e queda. Tenho móveis que usei duas vezes há cinco anos e não precisei mais. Um abraço e obrigado pela linda ideia.
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