março 07, 2018

O meu ramo de laranjeira





Na hora de escolher entre um varão de compra e um ramo do meu quintal, eu preferi mil vezes a segunda opção. Não é que não os tenha cá em casa (varões de metal adquiridos numa superfície comercial), mas este feito a partir de um ramo da minha laranjeira é mais especial e tem outra energia. No momento do corte guardei-o instintivamente, sem finalidade à vista. Quando decidi remodelar o hall, mas mantendo a cortina de trapilhos, aquele tronco rústico, guardado nos confins da minha oficina revelou-se a escolha certa. O hall é um espaço de passagem e nada melhor que a energia daquele pedaço de pau, que durante três décadas fez parte da nossa vida e do nosso quintal, para nos dar as boas vindas sempre que transpomos o arco. E depois, é a sua assimetria que me encanta. E a vida é isso mesmo, uma sucessão de linhas tortas.


 Com paciência e uma boa dose de carinho, lixei toda a superfície e por baixo da casca grossa, revelou-se uma bonita madeira. Alva e macia. Seguindo a sugestão da filha mais nova, retirei a casca de forma irregular e as manchas deram um bonito efeito. No final, a maior parte ficou tapada com o tecido, mas isso não importa.

“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.” em O Principezinho



2 comentários:

  1. Fiquei curiosa para saber o modelo da cortina! Beijos !

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    1. Olá Heloisa, a cortina está numa publicação anterior. Num próximo post talvez a venha a incluir de novo... ;)

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