Já alguém sentiu aquela sensação indescritível, de um aperto vindo de não sei onde, quando se esquece de alguma coisa que deveria levar consigo? Sempre que saio de casa e me esqueço de algo, lá vem essa desagradável sensação. Não é um estado físico, mas todas as células do meu corpo entram em agonia. Não é cerebral e nem mesmo emocional, mas eu fico presa àquela ideia e só quando descubro o que está em falta se desata o nó que vem das entranhas. Digo eu que é uma coisa que vem da alma. É ela a dizer-me: -pára, pensa, volta atrás!
Não são poucas as vezes que vivo este estado de alerta da alma. Ontem foi um desses dias. Eu que não vivo sem a minha máquina fotográfica, e ontem, logo ontem, fui esquecer-me dela em casa. Não sou uma profissional da fotografia, mas sim uma espécie de assistente do marido, contabilista, assessora, manager, publicitária…E logo ontem que queria tanto passar para vídeo alguns momentos do evento, fui esquecer-me do meu braço direito. A minha máquina, a minha câmara. A menina dos meus olhos.
Bem que fui avisada em sonho. Às
vezes tenho destas coisas. Sonhos que são realidade. Sonhos que me alertam. Passei
a noite não sei onde, algures, onde havia campo e eu, atarefada agarrava em
objectos e os emalava. Coisas e mais coisinhas e só no final verifiquei que
perdi um acontecimento importante. Não assisti, não fotografei. E uma enorme
sensação de frustração apoderou-se de mim.
Acordei e esqueci o sonho. Com a
pressa agarrei na mala e no computador. Meti os medicamentos na mala. Umas
bolachas. Uma garrafa de água. E fui. E aquela sensação que não me largava.
Cento e tal quilómetros depois passo em revista os meus pertences e fez-se luz.
A máquina! E a alma que existe no meu corpo, ou o meu guia, ou lá o que seja,
finalmente pode sossegar.
No destino deparei-me com uma
quinta linda de encher os olhos (aos meus pelo menos!) E a frustração tomou
conta de mim. Que fotos espectaculares eu perdi! E o marido perdeu uma boa
oportunidade promocional. Que grande assistente me saí!
Imagem do Google
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