Ontem era
para ser o grande dia. Não foi aquele que se alinhavava há um ano atrás, com
todos os nomes que foram escritos nos convites, mas foi um dia especial na
mesma. Adiou-se a cerimónia oficial, a boda, o fotógrafo e tudo aquilo a que os
noivos têm direito. O vestido de sonho fica pendurado no cabide por mais um
ano, à espera que a noiva mais uma vez emocionada o vista e se façam os
arremates finais. Adiou-se a grande entrada na igreja pelo braço do pai. O
nervoso miudinho e a correria para se ter tudo pronto a tempo e horas. Mas não
se adiaram os sonhos. Esses, estão sempre presentes por mais que a vida nos
ponha em stand by.
E o dia
que não aconteceu por causa da pandemia, aconteceu na mesma, mas de uma forma
bem diferente. Se não houve um padre, houve uma linda sacerdotisa, uma irmã de
alma, que escreve belas palavras e tem a energia das deusas. Os convidados foram
aqueles a que chamamos “da casa” e dentro do limite permitido por lei. O local,
não podia ser mais apropriado. Ontem celebramos o amor, a vida, a família e a
natureza. Celebramos com o que ainda há em nós dos nossos antepassados celtas.
Ontem o
meu pai teria feito 80 anos. Não viveu o suficiente para assistir a este dia
mas esteve presente nos nossos corações, simbolicamente na data e na homenagem
que a neta lhe quis prestar com o ramo de flores brancas.
Por mais
que a vida nos queira fazer abrandar, este tem sido um ano e tanto! Espero que
o próximo seja mais suave com a humanidade e que nos seja permitido celebrar com
tudo. Pelo menos o adiamento serviu para que possamos ter presente no grande dia
uma pequena vida que se está a formar agora. Um pequeno ser que será muito bem
vindo às nossas vidas.
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