maio 18, 2018

Achernar, uma estrela fixa



Temos uns dias mais primaveris e o céu fica outro, um verdadeiro espectáculo de estrelas cintilantes aos nossos olhos…

As estrelas (fixas) fazem parte do firmamento, a mais alta das esferas celestes, formam as constelações e são o pano de fundo sobre o qual os planetas se movimentam.

Em astrologia são de grande importância, dando muita força àquilo que tocam, e mesmo não alterando um mapa, acrescentam pequenos toques e podem ser causadoras de instabilidade. Actuam apenas por conjunção.

Usando o meu mapa como cobaia, junto ao ascendente e Saturno, encontra-se Achernar uma estrela da natureza de Júpiter, que confere honras e boa sorte e induz à caridade e religiosidade.
Tratando-se do ascendente, esta estrela contribui para um comportamento com bons modos. Justiça e piedade e mais uma dose de modéstia (já não me bastava Saturno!).
Sorte até tenho, quanto às honras e riqueza pelos vistos andam a passar-me ao lado. Deve ser por o planeta regente do signo onde se encontra a estrela (e o ascendente), estar posicionado no signo do seu Exílio (Gémeos) e que me leva a não saber aproveitar as oportunidades. Saturno no conjunto também cria alguns limites.
Quanto a religião, não sigo nenhuma, no entanto, não deixo de ter a minha própria fé.

Recordo-me de em criança, estava eu na primeira classe, o padre ir à escola ensinar-nos o catecismo e de pelo menos uma vez, juntamente com um grupinho de colegas ter ido levar a professora à paragem do autocarro e pelo caminho de terra batida lá fomos nós dizendo e cantarolando as orações em coro. Eu tinha uma predilecção muito especial por Jesus Cristo e por causa daquele episódio em que ele andou sobre as águas sem ir ao fundo, desenhei-o à superfície do mar. Durante muito tempo lembrei-me daquele desenho com orgulho, até que um dia passados uns anos, tornei a vê-lo e para minha surpresa, o mar mais parecia um aquário. Ainda hoje, costumo brincar com isso, dizendo que desenhei Jesus Cristo dentro de um aquário.
Já no 2º ano, com uma nova professora que me levava de carro para a escola (morava numa aldeia e ia à escola noutra), num belo dia de aulas em que estava marcada a nossa 1ª comunhão, pelo caminho encontrámos um grande obstáculo. Uma árvore caída a toda a largura da estrada e que nos impediu de chegar a tempo. Resultado, eu fui a única que não fez a 1ª comunhão. Trapalhadas de um Júpiter debilitado ou obstáculos de Saturno, venha o diabo e escolha!


Achernar deriva do árabe e significa “o fim do rio”, o rio Eridano, (ou Eridanus) como a constelação à qual pertence e que se encontra no hemisfério celestial sul. É um dos cinco rios que cruzam Hades na mitologia grega, mas não se sabe ao certo a que rio “real” corresponde. O Eridano é mencionado em escritos da Grécia Antiga como sendo um rio na região norte da Europa e tanto poderia ser o rio Pó, como o Nilo ou o Danúbio. Eufrates (Iraque e Turquia) também é uma possibilidade a considerar.


Segundo a lenda, Phaeton por imprudência, tomou as rédeas dos animais que puxavam a carruagem que conduzia o Sol e não tendo conseguido dominá-los, precipitou o veículo sobre a terra, secando os rios e incendiando as florestas. Zeus, ou Júpiter foi em auxílio e para salvar o universo acabou por o fulminar com o seu raio, caindo este, ferido, no rio Erídano onde se afogou. As Helíades ficaram tão sentidas com a perda do irmão que se fartaram de chorar e os deuses com pena delas transformaram-nas em 3 carvalhos. As suas lágrimas no entanto continuaram a fluir e quando caíam ao rio transformavam-se em âmbar.
Por causa desta lenda, o âmbar tem sido considerado ao longo dos tempos um símbolo de amor fraterno.

                       
                                                                       Imagem fonte: Pinterest

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