Temos uns
dias mais primaveris e o céu fica outro, um verdadeiro espectáculo de estrelas
cintilantes aos nossos olhos…
As
estrelas (fixas) fazem parte do firmamento, a mais alta das esferas celestes,
formam as constelações e são o pano de fundo sobre o qual os planetas se
movimentam.
Em
astrologia são de grande importância, dando muita força àquilo que tocam, e
mesmo não alterando um mapa, acrescentam pequenos toques e podem ser causadoras
de instabilidade. Actuam apenas por conjunção.
Usando o
meu mapa como cobaia, junto ao ascendente e Saturno, encontra-se Achernar uma
estrela da natureza de Júpiter, que confere honras e boa sorte e induz à
caridade e religiosidade.
Tratando-se
do ascendente, esta estrela contribui para um comportamento com bons modos.
Justiça e piedade e mais uma dose de modéstia (já não me bastava Saturno!).
Sorte até
tenho, quanto às honras e riqueza pelos vistos andam a passar-me ao lado. Deve
ser por o planeta regente do signo onde se encontra a estrela (e o ascendente),
estar posicionado no signo do seu Exílio (Gémeos) e que me leva a não saber
aproveitar as oportunidades. Saturno no conjunto também cria alguns limites.
Quanto a religião, não sigo nenhuma, no entanto, não deixo de ter a minha própria fé.
Recordo-me
de em criança, estava eu na primeira classe, o padre ir à escola ensinar-nos o
catecismo e de pelo menos uma vez, juntamente com um grupinho de colegas ter
ido levar a professora à paragem do autocarro e pelo caminho de terra batida lá
fomos nós dizendo e cantarolando as orações em coro. Eu tinha uma predilecção
muito especial por Jesus Cristo e por causa daquele episódio em que ele andou
sobre as águas sem ir ao fundo, desenhei-o à superfície do mar. Durante muito
tempo lembrei-me daquele desenho com orgulho, até que um dia passados uns anos,
tornei a vê-lo e para minha surpresa, o mar mais parecia um aquário. Ainda
hoje, costumo brincar com isso, dizendo que desenhei Jesus Cristo dentro de um
aquário.
Já no 2º
ano, com uma nova professora que me levava de carro para a escola (morava numa
aldeia e ia à escola noutra), num belo dia de aulas em que estava marcada a
nossa 1ª comunhão, pelo caminho encontrámos um grande obstáculo. Uma árvore
caída a toda a largura da estrada e que nos impediu de chegar a tempo.
Resultado, eu fui a única que não fez a 1ª comunhão. Trapalhadas de um Júpiter
debilitado ou obstáculos de Saturno, venha o diabo e escolha!
Achernar
deriva do árabe e significa “o fim do rio”, o rio Eridano, (ou Eridanus) como a
constelação à qual pertence e que se encontra no hemisfério celestial sul. É um
dos cinco rios que cruzam Hades na mitologia grega, mas não se sabe ao certo a
que rio “real” corresponde. O Eridano é mencionado em escritos da Grécia Antiga
como sendo um rio na região norte da Europa e tanto poderia ser o rio Pó, como
o Nilo ou o Danúbio. Eufrates (Iraque e Turquia) também é uma possibilidade a
considerar.
Segundo
a lenda, Phaeton por imprudência, tomou as rédeas dos animais que puxavam a
carruagem que conduzia o Sol e não tendo conseguido dominá-los, precipitou o
veículo sobre a terra, secando os rios e incendiando as florestas. Zeus, ou
Júpiter foi em auxílio e para salvar o universo acabou por o fulminar com o seu
raio, caindo este, ferido, no rio Erídano onde se afogou. As Helíades ficaram
tão sentidas com a perda do irmão que se fartaram de chorar e os deuses com
pena delas transformaram-nas em 3 carvalhos. As suas lágrimas no entanto continuaram
a fluir e quando caíam ao rio transformavam-se em âmbar.
Por
causa desta lenda, o âmbar tem sido considerado ao longo dos tempos um símbolo
de amor fraterno.
Imagem fonte: Pinterest
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