setembro 12, 2019

Pão verde






Eu e as receitas andamos sempre numa espécie de jogo da apanhada com uma mistura de cabra-cega. Apanho uns ingredientes aqui, passo rente a outro acolá subtraindo-o ou substituindo-o. Subtraio gramas num, acrescento noutro. Dificilmente sigo à risca o que vem lá escrito.

Este pãozinho que ficou bem mais verde do que aparece na foto, foi o resultado de uma aventura culinária repentina, ontem ao final da tarde, para aproveitar as sobras de uma cuvete de manjericão que nos deram. A outra metade a primogénita usou-a para fazer pesto, aquele molho verde para massa tão apreciado pela outra filhota. Numa ingressão rápida ao chef Google, a primeira receita com manjericão que surgiu na minha frente, foi de pão. E eu a fazer uma ginástica hercúlea para cortar no pão (nem sempre eficaz, confesso), sou logo aliciada com uma imagem destas como podem ver aqui no petitchef e onde podem seguir a preceito todos os passos.

Para quem não tiver tempo (ou vontade) de ir ver a receita que me serviu de inspiração, deixo aqui a lista dos ingredientes:

3/4 xícara (chá) de leite morno

2 tabletes de fermento biológico (30 gr)
1 colher (sobremesa) de açúcar
2 ovos
1/2 xícara (chá) de folhas de manjericão
1 cebola pequena picada
1 colher (sobremesa) de orégãos
1 dente de alho picado
1 colher (sobremesa) de sal
1 1/2 colher (sopa) de margarina
500 gr de farinha de trigo
margarina para untar
1 gema para pincelar
gergelim para salpicar


Para começar, cortei logo no açúcar e no sal. Uma colher muito mal medida para cada um, que deve ter correspondido a meia colher de cada. Usei uma saqueta de fermento “fermipan” (fermento de padeiro em pó), que era o que havia cá em casa e misturei no leite e açúcar com colher em vez da liquidificadora. Como a nossa liquidificadora já se foi faz tempos, usei a varinha mágica para triturar os restantes ingredientes (excepto a farinha). Torci o nariz à ideia da cebola, pelo que acabei por usar uma bem pequenina, assim como um dente de alho também minúsculo, mas no final percebi que não fazia mal nenhum se fossem maiores. O meu fantástico pão não sabia nada aos ditos cujos. O manjericão também tinha bem mais do que meia chávena (foi a olho). Depois de uma papa feita com esta mistura, juntei-lhe a mistela do fermento no leite e só depois a farinha pouco a pouco envolvendo bem. Ficou na taça a crescer por meia hora. Findo este tempo coloquei a bola de massa na bancada enfarinhada e aí sim, dei-lhe umas voltas com as mãos, depois de as besuntar com óleo para não ficar tudo peganhento. Fez-me lembrar os tempos na aldeia, mas fui bem mais meiga com a minha bola de massa do que as mulheres com quem cresci a ver sovar o pão. Por cima, depois de pincelar com gema de ovo (uso as costas da colher), salpiquei com sementes de sésamo. Untei o fundo de um tabuleiro de ir ao forno com margarina e farinha e deixei lá a massa a descansar por mais 20 minutos. Na hora de ligar o forno veio a dúvida: e a temperatura? Arrisquei 200 graus e foi o que bastou. Aos 40 minutos da receita original acrescentei mais 5, mas não era preciso.

Ah, esqueci-me de dizer que fiz só um pão apenas e não usei forma, mas ficou bem na mesma e muito macio por dentro e com um delicioso paladar a manjericão. Todos cá em casa gostaram e foram unânimes numa coisa… Podia juntar pedaços de nozes ou pinhões à massa!

🙏



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