Que trama
mais tramada esta, que me esconde da visão os pontos certeiros. Antes que falhe
a pontaria e se descruzem ou saia tracinho solitário, recorro à lupa. Lupa esta
que tem sido uma fiel companheira na arte de descodificar letras de assentos de
séculos atrás. É por estas e por outras que dou graças por ser uma fiel
Taurina. Dizem que os de signo Touro são uns açambarcadores, mas o que somos na
realidade é prevenidos. Sim, prevenidos! Lá atrás, eu bem sabia que no futuro
esta lupa ainda me iria dar muito jeito. Há vinte e tantos anos fazia parte de
um conjunto didáctico das minhas filhas e aos mesmos anos fazia eu belos pontos
em cruz em quadrilés e linhos, sem precisar de auxiliar ocular. Afinal, sou
mesmo uma acumuladora. À miopia soma-se agora visão cansada ou outra coisa
qualquer que não me deixa ver as letras miudinhas e os pontos do bordado para a
minha Benedita. Em vez de uns óculos na próxima têm de vir dois. Muito uso e
abuso da visão ao perto é o que é. E as tecnologias, estas modernidades que são
tão úteis mas ao mesmo tempo tão mazinhas para os nossos olhos. E isso pode
ver-se pelas crianças, que são cada vez mais as que precisam de óculos e mais
cedo.
Temos
de treinar muito a visão ao longe para compensar o uso abusivo de ecrãs. Parar
de vez em quando e focar um ponto ao longe, é um bom exercício.