maio 17, 2019

A vida é feita de escolhas






Este é um móvel, mas não um móvel qualquer. Podia ter escolhido a via mais fácil e usá-lo tal como estava, colocado num canto qualquer nos fundos da casa, para guardar ferramentas. Escolhi dar-lhe uma nova cara, uma nova cor e uma nova vida. Foi-nos dado por uma colega do marido (bem sabem que gosto de aproveitar estas coisas…) e eu escolhi dedicar-me a ele de alma e coração. 

Durante o processo de recuperação, nem tudo foram rosas e a uma dada altura houve até uma pontinha de desapontamento, mas depois de quatro camadas de tinta (que afinal se revelou lindíssima), algumas alterações à ideia inicial e outras tantas aplicações, ficou uma bonita peça decorativa e única.

Agora, os meus olhos enchem-se de orgulho sempre que passo pelo móvel das bebidas! J



Mas antes de chegar ao que é agora, houve todo um longo processo de restauro. Vinha com aqueles furinhos típicos do caruncho e mesmo não gostando eu nada de usar venenos, neste caso é mesmo necessário, se não queremos ver a mobília reduzida a pó. No segundo passo tive a ajuda do marido. Usámos as paletes que tínhamos tirado da cerca da horta e fizemos um tampo de reforço, que ele pregou por cima do original e pode ser visto aqui. Reforçou também os pés traseiros com uns pedaços de madeira, porque além de serem frágeis, um deles estava comido pelo bicho da madeira. As paletes revelaram-se muitos úteis e com elas fizemos ainda uns apoios para as garrafas, que pregámos na parte inferior do móvel.  































Lixar. Pintar com primário. Pintar de vermelho. Sentir a frustração de não ser bem aquilo. Reformular a ideia. Pintar mais e mais de vermelho até obter uma cor uniforme. Pintar por cima com branco a “parede” do fundo. Pintar de branco o interior e a frente das gavetas. Pintar o tampo de branco. Lixar. 

E chegou a hora que me fez dar pulinhos de contente. Experimentar fazer decoupage, que não é nada mais e nada menos que colar pedaços de papel. Usei guardanapos próprios para o efeito que, felizmente, encontrei à venda em dois pontos aqui da cidade. Numa livraria e numa loja de produtos para artes e que se vendem avulso. 








Para o tampo, rasguei com as mãos pedaços do guardanapo à volta dos motivos florais para dar um aspecto mais natural. Nas prateleiras as folhas foram usadas inteiras. Cada guardanapo tem 3 películas. Retiram-se duas delas e só se cola a exterior e que tem os desenhos. É tão fina que fica transparente depois de colada, o que dá para ver no tampo (o fundo dos desenhos também é branco tal como a tinta usada).


Usei cola branca que apliquei com um pincel fino. A cola é aplicada na superfície (neste caso a madeira), aplica-se o papel e alisa-se bem de modo a não deixar bolhas. Depois leva mais uma camada de cola por cima.

O segredo para uma aplicação perfeita, está em usar um plástico por cima para alisar o papel. Se usar as mãos, já era!

Por fim, e depois de deixar secar de um dia para o outro, lixei. Queria dar um ar mais natural e vintage, pelo que o desgaste com a lixa teve esse efeito. Parece até que é pintura.

Por último, foi a finalização do tampo pintando (a pincel), a grinalda a preto e a frase. Lixei algumas zonas estratégicas do móvel para dar aquele ar de desgaste.
































Com direito a assinatura de autor! 💙


maio 08, 2019

Como enfrentar a frustração e dar a volta por cima































Este é o móvel em processo de acabamento e aquele vermelho cor de vinho tinto, lindíssimo (só na minha cabeça) e que se adivinhava no rótulo la lata de tinta, revelou-se afinal uma desilusão. Por agora! É que eu não sou mulher de baixar os braços e desistir.

Reacção do marido: depois de olhar uns looongos segundos (ou seriam minutos?) em silêncio para a minha obra-prima, saiu-se com esta : - “ Podes dar uma camada de amarelo por cima e lixar até se ver um pouco do vermelho…”

Só podia estar mesmo muito mau!

Reacção da filha mais velha: Com aquele olhar que não engana: -“Estava a gostar tanto do branco, mesmo com as partes mais escuras … (por escuras, entenda-se desgaste na camada de primário já lixado e pronto para receber a tinta). Mas o vermelho também vai ficar bonito depois de levar outra camada. Eu é que gosto de brancos…”

Olha, também eu filha! Também eu gosto de pinturas branquinhas, mas a continuar nos brancos deixava de ser a “Maria das cores”!

Desta vez quis sair da zona de conforto e arrisquei. Arrisquei tanto que ou aquilo muda ou eu fico aqui com uma aberração, caso insista em manter aquele vermelho-que-era-para-ser-uma-coisa-lindíssima-glamorosa-e-mais-parece-um-vomitado-depois-de-uns-copos-de-tinto-a-mais.

“Toura” que se preze não desiste à primeira e nem à segunda (e espero eu que nem em demão nenhuma, porque era sinal que teria de recomeçar tudo de novo, com a agravante de ter de arrancar aquela porcaria toda…)

A ver vamos… (que a minha cabeça já anda cá a ter umas ideias para arrematar o dito cujo). ;)

maio 07, 2019

O aniversário aqui da maga...




























Da vontade de me meter à estrada sem planos e nem destino, acabei a festejar o aniversário a dois à beira mar, que é um porto sempre seguro para a minha alma. Por coincidência (ou nem por isso, que eu cá acredito mais em sinais), era dia dos homens do mar, pelo que fomos recebidos com pompa e circunstância com direito a desfile e buzinadelas dos barcos engalanados. Foi dia de festa para todos. 

E que bem que me soube a caminhada pela areia, mesmo levando um baptismo de água salgada ténis adentro. Vim de lá com as energias lavadas e renovadas.   





























O (meu) dia terminou com uma pequena celebração entre a família residente, nada programada, mas que no final encaixou perfeitamente. Há  celebrações a dobrar que vêm mesmo a calhar e esta foi uma delas.

(Para quem não queria bolo… Não só soprei as velas, como ainda dei por mim a formular o desejo da praxe debaixo da mesa)

E o champanhe guardado há séculos por descuido, fez pendant com o mini-bolinho trazido pela filhota. Vá lá que ainda borbulhava!



Não posso terminar sem escrever sobre o meu sonho da noite anterior ao aniversário, uma daquelas coincidências que são tudo menos acasos e que nos deixam a pensar.


Sonhei que fazia anos. Ia numa rua qualquer e ao passar a uma porta recuei e entrei. Talvez fosse a minha casa. A minha irmã (que tinha vindo cá) e as minhas duas filhas prepararam-me uma surpresa. E que surpresa! Havia flores. Um rasto de flores desde a entrada até à outra ponta da sala. No chão uma fileira de cabeças de flores coloridas, umas com pé, outras cortadas rente, mas de muitas espécies diferentes. Não resisti e segui o caminho de flores até junto da mesa. Em cima desta estava um envelope grande que não cheguei a abrir porque acordei. O que será que continha?

De manhã, desci as escadas e sorri ao ver a caneca com o ramo de flores em cima da mesa… Não era um caminho de flores e nem sequer estavam no chão, mas existiam. Tinham sido as minhas filhas enquanto eu dormia…

Querem saber o que tinha dentro do envelope?

Um dia talvez vos conte…

É que afinal havia mesmo um envelope, apenas bem mais pequenino e cor-de-rosa, surpresa das filhotas.

💗


ps. as fotos do carro e na praia foram tiradas com telemóvel ( como escrevi acima, fui sem planos e sem rotas, pelo que a máquina fotográfica com que fotografo habitualmente ficou em casa).