agosto 28, 2019

A parede terminada




É o sonho que comanda a vida. E quando pegamos na paleta de cores e lhes damos vida, a nossa alma vibra e o coração rejubila. Descobri que consigo fazer pinturas pormenorizadas nas paredes (que as outras pinturas eu já fazia, já que aqui sou “pau” para toda a obra) e agora já ninguém me faz parar. Dou por mim a imaginar e a buscar inspiração “pinterestica” horas a fio. Perco-me. Sonho. Recrio cenários. Pinto paredes imaginárias. Imaginárias…ou reais, que cá em casa paredes não faltam. Não sei viver a preto e branco. Uso e abuso de todo o espectro.

Sempre gostei de contos de fadas, de histórias de bruxas, gnomos e florestas encantadas. De animais que falam e espelhos mágicos que nos levam para o outro lado. A vida não tem de ser só aquilo que é visível aos olhos. Nem a fantasia é um mundo próprio só das crianças na sua inocência e pureza. Se for assim, então eu quero ser criança para sempre.

Felizes daqueles que conservam o espírito de criança mesmo com todas as vicissitudes da vida!




























ps. o candeeiro é o resultado deste "post" aqui


💜




agosto 20, 2019

A mesa grande





Esta é a mesa! Aquela mesa que acolhe várias famílias inteiras mas que no dia-a-dia a nossa família se acomoda e aconchega só numa ponta, como se não houvesse mais espaço. É o tamanho da toalha de mesa de outrora. A mesa cresceu mas as toalhas não. Qualquer dia a maga faz uma magia e o tecido cresce, mas agora até tem mais piada assim. Ficamos mais juntinhos e sempre podemos ir variando onde estender a toalha. Nos intervalos ela fica despida aos nossos olhares e não há cá toalhas de plástico a interpor-se. Gosto de passar a mão e sentir o toque da madeira aveludada pela camada de cera de abelha. De vez em quando lá reclamo dos riscos e dos descuidos, mas é a vida. Gosto de ter um lar e não um museu.

Dantes as conversas (e as refeições), faziam-se à volta da mesa redonda. Aquela que nos colocava tão próximos, tão frente a frente e ainda sobrava espaço de chão para dançar. E que bailes! Às vezes o salão transformava-se em discoteca com luzinhas e tudo (o que vale é que temos os melhores vizinhos.) J Em dias de festa, por vezes, resgatava-se também a mesa comprida da oficina e ali ficava muitas vezes até à próxima celebração. Não tanto pela preguiça, mas mais pelo prolongar da sensação de festejar. Os habitantes mais novos diziam que ficava tão bem uma mesa grande. E eu que nem sou de sofás, nas sessões de cinema ficava em segunda fila, na plateia. Tinha ali uma localização estratégica na ponta daquela mesa onde o meu portátil encaixava tão bem e eu rentabilizava o tempo. Curioso, agora que temos a mesa grande não me sento lá com o computador. Vá-se lá saber porquê!?






O marido começou logo a materializar a ideia da mesa grande e como não é de meias medidas mandou-se para os 3 metros e 60 centímetros. Eu ainda resisti pela dificuldade de despego das mesas redondas, mas só metade de mim votou contra, pelo que ela veio mesmo. É em madeira maciça, pinho americano (dizem que mais leve que o nacional, mas um peso bruto a meu ver na mesma e mais macia.) Formada por  4 tábuas a todo o comprido que os carpinteiros muito bem uniram. A base é formada por dois pés de máquinas de costura iguais à que já tínhamos na anterior. Essa era condição. Lá andámos nós a procurar por toda a internet (ainda bem que existe) e fomos a Lx buscá-las. O restante trabalho ficou por minha conta e risco. Lixar, pintar e tornar a lixar… Pintei o tampo em branco que lixei parcialmente até se verem alguns veios da madeira. Terminei com duas camadas de cera e por fim passei um pano seco para dar lustro. Estive quase, quase, a deixá-lo como um livro, cheio de frases escritas, mas terminou como uma folha em branco.  









Aqui ainda sem acabamento.















Aquela trave acrescentámos nós e para dar maior segurança e apoio ao tão comprido tampo, depois de muitas voltas à mente e ao ambiente à nossa volta, o marido achou (literalmente), um cabide grande de pé que cortámos em pedaços e usámos para fazer o tal reforço. Para completar a obra, escrevi uma frase de cada um dos lados. Tinha de ser. Não foi em cima, foi em baixo.





Há lá coisa melhor que uma mesa cheia com a família e amigos à sua volta, a partilharem histórias?!

agosto 10, 2019

Candeia que vai à frente...




… alumia duas vezes! – já dizia o ditado popular.




E esta aqui vai “iluminar” o jardim das fadas. Foi a minha tarefa de hoje, tirar-lhe a ferrugem e dar-lhe cor. Cá em casa gostamos de objectos com história. Peças antigas que por muito simples que sejam, tratadas com o carinho e empenho que merecem, podem revelar grande beleza. E mais, são peças únicas! Deste candeeiro já lhe perdi a conta aos anos que está na nossa posse. Décadas. Penso que terá vindo da casa dos meus pais, a mesma casa onde vivi em solteira. Da casa de onde saí casada. Hoje deixou de ser a candeia com ferrugem pendurada na casa do fundo, para fazer parte de um projecto que me encanta e tem iluminado os meus dias. É a porta de entrada para um mundo de sonhos como a Alice no espelho. É o meu mundo encantado e o meu pequeno paraíso. É o meu recanto zen e inspirador. É a passagem para a oficina da maga.

agosto 06, 2019

O cantinho das fadas quase pronto...




Mais de um mês sem publicar nada. Podia dizer que a culpa é de Mercúrio que andou retrógrado quase todo o mês de Julho ali pelos lados da minha casa V, a tal da criatividade, mas nem isso. O maroto trouxe-me mil e uma ideias para pintar nos próximos tempos, décadas provavelmente. O cantinho das fadas está lindo, modéstia à parte. Pinturas concluídas (ainda tenho de actualizar as fotos), só faltam uns pormenores extra nos quais estou a trabalhar. Imaginação não me faltou e trabalhos concluídos também não. Temas muito menos, tendo em conta que os astros estão em constante movimento e a dar pano para mangas para quem quiser escrever sobre eles. Já o Tarot é um tema vasto e com uns artigos a fermentar na minha lista. Tempo a mais, diga-se de passagem. Podia escrever sobre mobiliário, decoração vintage, porque interesse e fotografias não me faltam. E peças pintadas por mim também não. Assunto não me faltou, nem propriamente tempo (mesmo que sintamos que sim, que o tempo nunca chega). Inventassem o dia das 48 horas e ainda assim íamos achar pouco.

Sinto-me como uma mãe desnaturada que descurou os cuidados com a sua cria, mas estou de volta para me redimir e pôr no ar tudo o que ficou por escrever. Os meus álbuns estão a abarrotar de fotos, a pedirem para saltar cá para fora e serem destaque num qualquer “post”.

Queridos leitores, preparem-se que nos próximos tempos vou-vos torrar a paciência com as minhas “coisas” e até alguns esqueletos que vou desenterrar do fundo de algum arquivo. Quando se gosta, não há temas fora de tempo e se os houver, faz-se um refresh e tudo volta a encaixar. Quando se gosta, é sempre tempo de voltar e eu amo o que faço e este cantinho da maga! 💜





Se repararam, é mesmo uma embalagem de iogurte que tenho na mão. Aproveito-as para misturar as tintas. (Re)aproveitar e reciclar, sempre!